Gregori Jr., F.
Transferência Parcial da Valva Tricúspide para a Valva Mitral para o Tratamento
Cirúrgico da Insuficiência Mitral por Ruptura de Cordas Tendíneas. Londrina
1998 Apresentado ao Centro de Ciências
da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, PR. Banca Examinadora: Dr. João
Carlos Thomson, Dr. Domingo Marcolino Braile e Dr. Miguel Barbero Marcial.
Neste
trabalho propus uma nova técnica para o tratamento cirúrgico reconstrutor da
valva mitral insuficiente. Trata-se da transferência parcial da valva
tricúspide do próprio paciente para a valva mitral, com o fim de fornecer
cordas tendíneas para corrigir o prolapso da cúspide anterior da valva mitral secundária
à ruptura de cordas tendíneas. Em associação, a anuloplastia mitral foi
realizada empregando-se anel de Gregori.
De
janeiro de 1991 a
maio de 1997, 20 pacientes portadores de insuficiência mitral por ruptura de
cordas foram operados. Onze pacientes eram do sexo masculino e nove do feminino
com média de idade de 42 anos (6-68). A etiologia predominante foi a
degenerativa (70%). Cinco pacientes (25%) encontravam-se na classe funcional
III e 15 (75%) na classe funcional IV.
Quatro
pacientes (20%) apresentavam regurgitação mitral moderada e 16 (80%), grave.
Não
ocorreram óbitos hospitalares.
Dois
pacientes foram reoperados para o tratamento de insuficiência mitral
recidivante; um deles faleceu. Outro paciente faleceu aos dois anos de
pós-operatório em fibrilação ventricular,documentada no Holter, para avaliação
pós-operatória da cirurgia de Cox I.
Dezoito
pacientes (90%) estão vivos com a própria valva, estando 80% em classe
funcional I e 10% em classe II, com ausculta valvar mitral bastante
satisfatória (80%).
A
analise ecodopplercardiográfica mostrou média da Fração de Ejeção de 0.65,
média do Diâmetro do Átrio Esquerdo de 4.2 cm , média da Área Valvar Mitral de 2.4cm2,
média do Gradiente Transvalvar Mitral Médio de 3.3 mmHg, ausência de
regurgitação ou presença de regurgitação
discreta em 16 dos 17 casos avaliados (94.1%).
A
média da Área Valvar Tricúspide foi de 3.3 cm2 e não ocorreram
Gradientes Transvalvares. Em todos os casos observou-se ausência de
regurgitação tricúspide ou ela era apenas discreta.
Aos
oito anos de pós-operatório, a Curva Atuarial mostrou probabilidade de
sobrevida dos pacientes de 89.71±7.3% e 93.8±6.1% deles estiveram livres de
complicações relacionadas ao método cirúrgico empregado.
Em
face dos resultados pude concluir que, a técnica de “Transferência Parcial da
Valva Tricúspide para a Valva Mitral”, associada à anuloplastia com anel de
Gregori e outras técnicas reparadoras, constituiu-se num eficiente método para
o tratamento cirúrgico da valva mitral por ruptura de cordas tendíneas da
cúspide anterior.