segunda-feira, 19 de novembro de 2012

2.12.2. Linhas de Pesquisa - Cirurgiada Fibrilação Atrial


Modificação Técnica da Cirurgia de Cox-Maze. A Eliminação da Crioablação

 
Em 1992, entusiasmado com  os resultados preliminares da correção cirúrgica da fibrilação atrial pela técnica de Cox, passamos a estudar  a complexa operação em corações de cadáveres após demonstrações cirúrgicas realizadas pela equipe do Professor Adib Jatene. Nestas, aplicava-se o “crioablador” para a “secção”dos feixes intramiocárdicos de condução do estímulo elétrico desencadeantes da fibrilação atrial, especialmente junto aos anéis  da valva mitral e da valva tricúspide.
Por ser, praticamente impossível a aquisição do “crioablador” em nossa Instituição – aparelho de custo muito elevado – passamos a desenvolver técnica semelhante a original, substituindo-o  por incisões realizadas com tesoura e bisturi. Isto foi conseguido com sucesso e passamos a empregar esta modificação técnica nos casos de doenças da valva mitral em que a fibrilação atrial estava presente de maneira crônica.
Rapidamente, superamos os 100 casos, sendo uma das maiores experiências do país, com um índice de reversão da arritmia de, aproximadamente, oitenta por cento.
Várias publicações, incluindo uma no “The Annals of Thoracic Surgery”, além de apresentações em congressos nacionais impulsionavam-nos a continuar com tal técnica.
Porém, já com 140 pacientes operados, observamos um índice de morbidade e de mortalidade superiores aos obtidos com o tratamento isolado da valva mitral.
Assim, em “Mesa Redonda” no II Congresso Sul Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular em Gramado, RS em 2003 apresentamos a decisão de suspender este tipo de intervenção, já numa época em que técnicas mais econômicas quanto ao numero de incisões atriais firmavam-se sem a necessidade da crioablação.
Atualmente, restringimo-nos à cauterização das desembocaduras das veias pulmonares no átrio esquerdo, não esperando uma eliminação da fibrilação atrial maior que cinqüenta por cento. 

 

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