Modificação Técnica da Cirurgia de Cox-Maze. A Eliminação da Crioablação
Em
1992, entusiasmado com os resultados
preliminares da correção cirúrgica da fibrilação atrial pela técnica de Cox,
passamos a estudar a complexa operação em
corações de cadáveres após demonstrações cirúrgicas realizadas pela equipe do
Professor Adib Jatene. Nestas, aplicava-se o “crioablador” para a “secção”dos
feixes intramiocárdicos de condução do estímulo elétrico desencadeantes da
fibrilação atrial, especialmente junto aos anéis da valva mitral e da valva tricúspide.
Por
ser, praticamente impossível a aquisição do “crioablador” em nossa Instituição
– aparelho de custo muito elevado – passamos a desenvolver técnica semelhante a
original, substituindo-o por incisões
realizadas com tesoura e bisturi. Isto foi conseguido com sucesso e passamos a
empregar esta modificação técnica nos casos de doenças da valva mitral em que a
fibrilação atrial estava presente de maneira crônica.
Rapidamente,
superamos os 100 casos, sendo uma das maiores experiências do país, com um
índice de reversão da arritmia de, aproximadamente, oitenta por cento.
Várias
publicações, incluindo uma no “The Annals of Thoracic Surgery”, além de apresentações
em congressos nacionais impulsionavam-nos a continuar com tal técnica.
Porém,
já com 140 pacientes operados, observamos um índice de morbidade e de
mortalidade superiores aos obtidos com o tratamento isolado da valva mitral.
Assim,
em “Mesa Redonda” no II Congresso Sul Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular em
Gramado, RS em 2003 apresentamos a decisão de suspender este tipo de
intervenção, já numa época em que técnicas mais econômicas quanto ao numero de
incisões atriais firmavam-se sem a necessidade da crioablação.
Atualmente,
restringimo-nos à cauterização das desembocaduras das veias pulmonares no átrio
esquerdo, não esperando uma eliminação da fibrilação atrial maior que cinqüenta
por cento.
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