Gregori
Jr., F. Cirurgia Reparadora da Valva Mitral com Novo Modelo de Anel Protético.
São Paulo – SP, 1990. Tese de Doutorado apresentada à Escola Paulista de
Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Banca Examinadora: Enio Bufollo,
Luiz E. Villaça Leão, Eulógio Martinez Filho, Domingo Marcolino Braile e Danton
R. Rocha Loures.
Um novo modelo de anel protético é proposto
para o tratamento cirúrgico reconstrutor da valva mitral.
Esta anuloplastia, em associação com outros
procedimentos plásticos foi aplicada em 30 pacientes portadores de
insuficiência valvar mitral reumática (11 com estenose mitral associada). A maioria
dos pacientes era do sexo feminino com média de idade de 24 anos (5 a 51 anos).
Todos os pacientes encontravam-se na classe
III e IV (NYHA) no pré-operatório, sendo o diagnóstico comprovado pelo estudo
hemodinâmico.
Não ocorreram óbitos hospitalares ou tardios.
Uma paciente foi reoperada com um ano de pós-operatório por soltura do anel
protético como complicação de endocardite infecciosa.
Quatro pacientes evoluíram com atividade
reumática com boa resolução clínica. Não
ocorreram acidentes tromboembólicos.
Com um tempo médio pós-operatório de 15
meses, 25 pacientes (83.3%) encontravam-se na classe I, quatro (13.3%) na
classe II e um paciente (3.3%) na classe III, correspondente ao caso reoperado.
Vinte e três pacientes (76.7%) evoluíram sem sopros, quatro (13.3%) com sopro
sistólico no foco mitral +, dois (6.7%) com sopro sistólico ++ e um (3.3%) +++
(caso reoperado).
O cateterismo cardíaco “realizado logo após a
cirurgia foi realizado em todos os pacientes com tempo médio pós-operatório de
23 dias. Houve diminuição das pressões: Pressão Sistólica em Artéria Pulmonar
(pré = 51.6, pós = 42.1 mmHg), Pressão Diastólica em Artéria Pulmonar (pré =
26.3, pós = 20.5 mmHg), Pressão Capilar Pulmonar (pré = 24,7, pós = 17.4 mmHg),
Pressão Diastólica Final de Ventrículo Esquerdo (pré = 16.8, pós = 15.1 mmHg).
Houve diminuição do gradiente transvalvar mitral (pré = 7.8, pós = 2.8 mmHg).
Houve significância estatística em todos, exceto quanto a Pressão Diastólica Final do Ventrículo
Esquerdo.
A cineventriculografia esquerda mostrou
ausência de regurgitação mitral em 23 (76.6%) pacientes, regurgitação + em
quatro (13.3%), ++ em dois (6.7%) e +++ em um (3.3%) paciente (caso reoperado).
Houve diminuição significativa do Volume
Diastólico Final do Ventrículo Esquerdo (pré = 121.5 ml/m2/SC, pós =
87.6 ml/m2/SC) e do Volume Sistólico Final do Ventrículo Esquerdo
(pré = 44.3 ml/m2 SC). Não foi encontrada diferença significativa
entre os valores pré e pós-operatórios da Fração de Ejeção (pré = 0.64, pós =
0.67). Foi observada elevação significativa da Velocidade Média de Encurtamento
Circunferencial (pré = 1.02 c/seg., pós = 1.45 c/seg.).
Em face dos resultados obtidos concluí
que o tratamento reparador com a nova
prótese mostrou-se ser um método cirúrgico eficaz para a correção da
insuficiência mitral.