segunda-feira, 19 de novembro de 2012

2.2. Tese de Doutorado


          Gregori Jr., F. Cirurgia Reparadora da Valva Mitral com Novo Modelo de Anel Protético. São Paulo – SP, 1990. Tese de Doutorado apresentada à Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Banca Examinadora: Enio Bufollo, Luiz E. Villaça Leão, Eulógio Martinez Filho, Domingo Marcolino Braile e Danton R. Rocha Loures.


Um novo modelo de anel protético é proposto para o tratamento cirúrgico reconstrutor da valva mitral.
Esta anuloplastia, em associação com outros procedimentos plásticos foi aplicada em 30 pacientes portadores de insuficiência valvar mitral reumática (11 com estenose mitral associada). A maioria dos pacientes era do sexo feminino com média de idade de 24 anos (5 a 51 anos).
Todos os pacientes encontravam-se na classe III e IV (NYHA) no pré-operatório, sendo o diagnóstico comprovado pelo estudo hemodinâmico.
Não ocorreram óbitos hospitalares ou tardios. Uma paciente foi reoperada com um ano de pós-operatório por soltura do anel protético como complicação de endocardite infecciosa.
Quatro pacientes evoluíram com atividade reumática com boa resolução clínica.  Não ocorreram acidentes tromboembólicos.
Com um tempo médio pós-operatório de 15 meses, 25 pacientes (83.3%) encontravam-se na classe I, quatro (13.3%) na classe II e um paciente (3.3%) na classe III, correspondente ao caso reoperado. Vinte e três pacientes (76.7%) evoluíram sem sopros, quatro (13.3%) com sopro sistólico no foco mitral +, dois (6.7%) com sopro sistólico ++ e um (3.3%) +++ (caso reoperado).
O cateterismo cardíaco “realizado logo após a cirurgia foi realizado em todos os pacientes com tempo médio pós-operatório de 23 dias. Houve diminuição das pressões: Pressão Sistólica em Artéria Pulmonar (pré = 51.6, pós = 42.1 mmHg), Pressão Diastólica em Artéria Pulmonar (pré = 26.3, pós = 20.5 mmHg), Pressão Capilar Pulmonar (pré = 24,7, pós = 17.4 mmHg), Pressão Diastólica Final de Ventrículo Esquerdo (pré = 16.8, pós = 15.1 mmHg). Houve diminuição do gradiente transvalvar mitral (pré = 7.8, pós = 2.8 mmHg). Houve significância estatística em todos, exceto quanto a  Pressão Diastólica Final do Ventrículo Esquerdo.
A cineventriculografia esquerda mostrou ausência de regurgitação mitral em 23 (76.6%) pacientes, regurgitação + em quatro (13.3%), ++ em dois (6.7%) e +++ em um (3.3%) paciente (caso reoperado).
Houve diminuição significativa do Volume Diastólico Final do Ventrículo Esquerdo (pré = 121.5 ml/m2/SC, pós = 87.6 ml/m2/SC) e do Volume Sistólico Final do Ventrículo Esquerdo (pré = 44.3 ml/m2 SC). Não foi encontrada diferença significativa entre os valores pré e pós-operatórios da Fração de Ejeção (pré = 0.64, pós = 0.67). Foi observada elevação significativa da Velocidade Média de Encurtamento Circunferencial (pré = 1.02 c/seg., pós = 1.45 c/seg.).
Em face dos resultados obtidos concluí que  o tratamento reparador com a nova prótese mostrou-se ser um método cirúrgico eficaz para a correção da insuficiência mitral.